Assinalando o primeiro aniversário de funcionamento do Ferryboat Elétrico Salicórnia, cuja inauguração aconteceu no passado dia 2 de fevereiro de 2024, é possível concluir que o investimento feito pela Câmara Municipal de Aveiro de aproximadamente 9 milhões de euros cofinanciado pelos Fundos Comunitários do POSEUR / Portugal 2020, no valor de 2,25 milhões de euros, veio melhorar, reforçar e dignificar o transporte público de ligação entre o Forte da Barra e São Jacinto.
Com a entrada em funcionamento do Ferryboat Elétrico Salicórnia foi substituído o velho Ferryboat Cale de Aveiro com mais de 60 anos, com elevados consumos de combustível, muito poluente e com custos de manutenção e de operação elevados, passando o transporte a ser realizado com maior segurança e comodidade para os passageiros.
Record de Passageiros com o Salicórnia
Esse facto é evidenciado pelo crescente número de utilizadores (análise de dados do período 2012 / 2024) e com o alcançar de valores record:
-» em 2024, foram transportados 202.869 passageiros, o mais elevado número anual desde 2012 (batendo o record de 2016 com 199.117 passageiros);
-» o mês de 2024 com maior número de passageiros foi agosto, com 36.216, batendo o record anterior detido pelo mês de agosto de 2016 com 28.493 passageiros (+27%);
-» o ano de 2024 também registou os meses com mais passageiros do referido período, em maio, julho, setembro e dezembro;
-» em janeiro de 2025 o Salicórnia transportou 12.200 passageiros, mais 2.211 (+22%) que em janeiro de 2024, o último mês de operação do velho Ferry Cale de Aveiro.
Gestão da Adaptação e de Problemas
O primeiro ano de operação do novo Ferryboat Elétrico ficou ainda marcado pelo período de aprendizagem de funcionamento do novo navio que, pelas suas características e tecnologias inovadoras, exigiu, e ainda exige, formação e adaptação das equipas gestoras da operação de transporte público fluvial e articulação com diversas entidades, originando alguns dias de paragem ou supressão de carreiras (com especial incidência nos dois primeiros meses de operação, fevereiro e março de 2024), tendo as mesmas sido substituídas por transporte rodoviário de autocarro e pela Lancha Transria.
O sistema de carregamento também tem sido alvo de gestão de problemas, pela sua adaptação às condições do local, por ajustamentos da sua relação com o Ferry, por problemas técnicos nos postos de transformação de fornecimento de energia e por danos provocados por intempérie, tendo as entidades parceiras da operação encontrado respostas para os problemas.
Os parceiros principais da gestão da operação do Ferry Salicórnia e do Sistema de Carregamento - CMA, ETE / Navaltagus, ETAC / Transdev, E-Redes, Zinus e outras Empresas -, trabalham empenhadamente para reduzir o número de carreiras suprimidas e garantir o cumprimento do objetivo fixado de uma fiabilidade da oferta deste transporte de 100%.
Registe-se no entanto que o número de dias de não operação e de carreiras suprimidas com o Ferryboat Salicórnia neste seu primeiro ano de operação, foram muito inferiores aos ocorridos em qualquer dos anos da operação do Ferry Cale de Aveiro.
Destaque para o facto de nos meses de maio a setembro 2024 não ter ocorrido qualquer carreira suprimida, destacando-se o desempenho heroico do Salicórnia (e da sua Tripulação) com funcionamento em contínuo, no fatídico dia 16 de setembro de 2024, dado ter sido o único meio de circulação automóvel de ligação norte/sul para substituir o corte das autoestradas motivados pelos incêndios.
Tecnologia, Qualidade Ambiental e da Viagem
O “Salicórnia” foi o primeiro Ferryboat 100% elétrico a ser desenvolvido inteiramente em Portugal, por empresas nacionais, para servir uma região portuguesa e o primeiro ferryboat elétrico da Península Ibérica e do Sul da Europa. Esta embarcação tem zero emissões de CO2, permitindo a redução da emissão das mais de 300 toneladas de CO2 libertadas pelo velho Cale de Aveiro, diminuindo igualmente em cerca de 30% o consumo energético.
Este novo navio tem capacidade para transportar 260 passageiros e 19 viaturas, mais 90% e 30% respetivamente, do que o Ferryboat Cale de Aveiro.
A esta capacidade reforçada de transporte acrescenta-se o aumento do conforto para os passageiros, graças aos baixos níveis de ruído, e uma vista panorâmica 360º no piso superior, que permite aos utilizadores usufruírem das paisagens únicas da Ria de Aveiro e de São Jacinto.
Qualificação das Infraestruturas dos Cais-Pontões
A Câmara Municipal de Aveiro vai continuar o investimento regular visando a conservação das infraestruturas dos Cais-Pontões de atracação do Ferry e das Lanchas, estando em curso a preparação de uma operação de manutenção dos dois Cais existentes (garantindo a sua vida útil por mais dois anos), assim como de um concurso público de conceção / construção / instalação de dois novos Cais de atracação devidamente licenciados para a operação de transporte marítimo, que substituirão os atuais dada a sua idade e estado de conservação.
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