PALACETE DO VISCONDE DA GRANJA

Localização

Freguesia: Glória
Rua/Lugar: Rua Visconde da Granja virado para a Praça Marquês de Pombal
Local Original: Sim

Identificação

Designação: Painéis Azulejares do Palacete do Visconde da Granja
Data de colocação: 1908-1909
Efeméride: -

Promotor

Nome/Instituição: -

Caracterização

Autor: Licínio Pinto
Oficina: Fábrica da Fonte Nova
Materiais: azulejo de cor branca e azul 

Descrição

Conjunto de oito painéis de azulejo, de cor azul, envoltos em cercaduras de efeitos geométricos e florais que correm todo o edifício. Apesar de representarem temáticas clássicas revelam já os novos padrões de influência Arte Nova, ainda que sem o seu tradicional efeito cromático.

Ao nível do segundo piso, encontram-se seis painéis alusivos às estações do ano e a duas cenas mitológicas, dois em cada sector alternados com as respectivas janelas. As molduras dos painéis laterais são iguais entre si e diferente das do meio que, por sua vez, são também iguais entre si. O espaço central do terceiro piso, apresenta dois painéis com albarradas.

Por sua vez, o corpo central do último piso tem um frontão azulejar que emoldura o escudo (e não brasão) com as iniciais de Barreto Ferraz e a coroa do Visconde da Granja.

Historial

Actualmente, mais conhecido como Casa de Santa Zita, o Palacete Visconde da Granja, foi, no passado, propriedade de António Barreto Ferraz de Vasconcelos, detentor do mesmo título nobiliárquico. O imóvel é de nítida influência neoclássica e data dos meados de Oitocentos, época em que se verificou o arranque de muitos outros grandes edifício na cidade. A constituição do palacete deve-se à aglutinação de três casas distintas que se implantavam nesta área.

Na viragem do século a casa pertencia ao seu bisneto, Dr. Casimiro Barreto Ferraz Sacchetti Taveira, figura publica importante na cidade. Como par do Reino, em 1864, recebeu na estação de caminhos de ferro e acompanhou Fontes Pereira de Melo e Casal Ribeiro e, enquanto governador Civil, esteve com o rei D. Manuel II, aquando a sua visita a Aveiro.

Por esta altura a casa deveria ser demolida para construir uma avenida de ligação entre o Governo Civil e a Estação de Caminhos de Ferro. No entanto, para evitar cobiças, Casimiro Sacchetti Taveira resolveu então remodelar o palacete, valorizando-o e embelezando interior e exteriormente com uma das melhores obras de conjunto de azulejos da Fonte Nova, assinados por Licínio Pinto.

A 1 de Outubro de 1958, em escritura pública, a família Sacchetti vendeu à Obra de Previdência e Formação de Criadas (O.P.F.C.), onde pouco tempo depois, viria a ser instalada a Casa de Santa Zita, vocacionada para a formação das empregadas domésticas e que já exercia actividade desde 1956 num edifício da Rua Eng. Von Haff.

Bibliografia

Campos, C.; Ferreira, F.; Faria, G. A. (2000). Ruas que são gente. Aveiro: CMA. pp.191-192.
Christo, A.; Gaspar, J. G. (1986). Calendário Histórico de Aveiro. Aveiro: CMA.
Gomes, M. (1984). Aveiro, História e Arte. Aveiro: CMA. pp. 93 –96.
Quadros, R. (2000). Apontamentos Históricos – Aveirenses notáveis. Aveiro: CMA. pp. 408 – 411.