
21 Setembro 2017
Arquivo
De 29 de setembro a 13 de outubro a Galeria da Antiga Capitania, em Aveiro, recebe a exposição “Cartografía de Los Caminos: Dunhuang Y el Románico en la Península Ibérica”. A inauguração terá lugar no dia 29 de setembro, pelas 18h00 e contará com presença da Diretora do Instituto Confúcio de Madrid, Comissária da exposição e Professora titular da Universidad Autónoma de Madrid, Isabel Cervera, que irá proferir uma conferência intitulada “Transferencias culturales en el mundo medieval”.
De 29 de setembro a 13 de outubro a Galeria da Antiga Capitania recebe a exposição “Cartografia dos Caminhos – Dunhuang e o Românico na Península Ibérica” podendo ser visitada de segunda a sexta, entre as 10h00-12h30 e as 13h30-18h00.
A inauguração terá lugar amanhã, dia 29 de setembro, pelas 18h00 e contará com presença da Diretora do Instituto Confúcio de Madrid, Comissária da exposição e Professora titular da Universidad Autónoma de Madrid, Isabel Cervera, que irá proferir uma conferência intitulada “Transferencias culturales en el mundo medieval”.
Inserida na programação do Festival da Lua e da celebração mundial dos Institutos Confúcio, esta exposição, organizada pelo Instituto Confúcio de Madrid, pelo Instituto Cervantes de Pequim, pelo Hanban (instituto Confúcio sede) e pela Duhuang Academy, em parceria com a Câmara Municipal de Aveiro e o Instituto Confúcio da Universidade de Aveiro, permite-nos revisitar, num significativo diálogo civilizacional e religioso, imagens e pinturas do românico peninsular e das grutas de Mogao, o maior conjunto de arte budista do mundo, situado nos arredores da cidade de Dunhuang, na província de Gansu, no noroeste da República Popular da China. Declaradas património da Humanidade pela Unesco, em 1987, estas grutas, também conhecidas como as “Cavernas dos Mil Budas”, foram escavadas no ano de 366, na encosta da Montanha Mingshashan, e situam-se estrategicamente ao longo da Rota da Seda. Esta verdadeira “enciclopédia da Idade Média” é constituída por 735 cavernas com inúmeras estátuas e mais de 45 000 metros quadrados de pinturas murais, com narrações dos sutras (ensinamentos orais de Buda) e representações budistas e de personagens mitológicas orientais.
As imagens que constituem esta cartografia situam-se nos dois caminhos culturais (de peregrinação e de comércio) mais relevantes da história da humanidade: a Rota da Seda e o Caminho de Santiago. Como refere a Prof.ª Isabel Cervera, Diretora do Instituto Confúcio de Madrid e Comissária da exposição, “a Península Ibérica e Dunhuang são geografias históricas e culturais que não tiveram um contacto direto nos seus processos de criação e de formação de identidades artísticas. No entanto, a densidade dos caminhos possibilitou a viagem de ideias, imagens e objetos que constituíram, em cada imaginário, o conceito do outro, até que a história os aproximou e criou um novo mundo de ligações e caminhos […]. O monge e o peregrino, o comerciante e o soldado procuram neles paz e segurança, bem como partilhar os ensinamentos daqueles que os guiam ao longo da caminhada” (do catálogo da exposição).
Este roteiro intercultural e inter-religioso transporta-nos à idade média e permite-nos aproximar ensinamentos bíblicos e dos sutras, signos e imagens do oriente e do ocidente, bem como perscrutar, com o nosso olhar contemporâneo, paisagens míticas povoadas por seres extraordinários, em que real e o imaginário convivem e as figuras interagem sem normas espaciais.