
Localização
Freguesia: Vera - Cruz
Rua/Lugar: Rotunda Rodoviária das Pirâmides, acesso ao IP5
Local Original: Sim
Identificação
Designação: Monumento ao Marnoto e à Salineira
Data de colocação: 12 de Maio de 1994
Efeméride: Homenagear duas figuras típicas de Aveiro
Promotor
Nome/Instituição: Câmara Municipal de Aveiro
Caracterização
Autor: António Quintas
Oficina: Repaveiro – Reparações Navais e Industriais, Lda
Materiais: Aço inox e betão
Descrição
O Monumento que pretende personificar as figuras do Marnoto e da Salineira atinge uma altura de 21,60 m por 23,20m de comprimento.
Toda a sua estrutura em aço inox assenta numa base de betão. Divide-se esta última em vários lagos comunicáveis entre si, representando as salinas, local de trabalho do marnoto e da salineira. Das duas formas piramidais, que desenham os montes de sal, descortinam-se umas faixas verticais, que simbolizam os armazéns de sal e as típicas casas da Costa Nova. O módulo de central, que se encontra entre estas duas faixas, é totalmente preenchido por uma queda de água, assemelhando-se às velas do Barco Moliceiro. Deste barco, típico da região, visualizam-se, ainda, a proa e a ré que, de acordo com a sua disposição e conforme o ângulo de visão, permite-nos reconstruir a imagem da embarcação no seu todo.
Historial
Nos princípios de 1987, a Câmara Municipal de Aveiro decidiu erigir um monumento capaz de eternizar duas das figuras mais características de Aveiro e que identificam uma das actividades tradicionais da região – a produção do sal.
O Marnoto é caracterizado por ser uma figura de braços hercúleos, traços morenos e pele bastante bronzeada pelo sol devido às actividades desenvolvidas nas salinas, entre os meados da Primavera e o final do Verão. Apresenta mãos calejadas dos remos e pés endurecidos pelos cristais do sal.
Veste camisa de lã branca sobre a qual usa, em volta do pescoço, um lenço de cor vermelha. Na cabeça protege-se com um chapéu preto, de feltro, com abas largas ou um barrete de fazenda de lã. Para baixo veste bragas ou calções azuis de algodão, aos quais se chamam manaias.
A Salineira tem a árdua tarefa de transportar o sal em canastras de vime (65 – 70 kg), do barco para os armazéns.
Usa saia garrida comprida e blusa de motivos claros, com rendas nas mangas. Por cima da saia, um avental de serguilha e, sobre a blusa, um xaile colorido, de franjas longas, traçado da esquerda para a direita. Normalmente, anda descalça ou calça chinelas pretas envernizadas, enquanto que na cabeça usa um chapéu de aba larga arqueada, onde prende um lenço de lã, também garrido.
Estas personagens praticamente já só pertencem ao passado e tiveram apenas razão de existir inseridas num meio próprio, por sua vez, indissociável das mesmas. Ou seja, quando se fala no Marnoto e na Salineira vêm-nos à memória também as salinas, a água, o sol, o Barco Moliceiro e os palheiros típicos da Costa Nova. Foi precisamente toda esta simbiose que o autor pretendeu condensar num monumento único, de forma a conservá-la viva durante as gerações vindouras.
Após uma reflexão demorada, em 1992, a Edilidade aceitou o projecto de António Quintas, cuja execução colaboraram diversos técnicos municipais e empresas.
O Monumento foi inaugurado na manhã de 12 de Maio de 1994, aquando os festejos do feriado municipal da cidade.
António Quintas: nasceu a 7 de Outubro de 1949. Em 1978, começa a sua actividade artística, no campo da publicidade e design, quando ganha o segundo lugar no Concurso Nacional de Design. Quatro anos mais tarde,
como autodidacta, dedica-se exclusivamente às Artes Plásticas, iniciando-se na arte cerâmica, modelagem e escultura. No ano seguinte entra para o grupo Aveiro-Arte passando a expor, regularmente, em vários museus do país. Posteriormente expõe, também, no exterior, tanto em colecções individuais, como colectivas. Em 1994, foi premiado como o melhor artista plástico, no campo da pintura, com o troféu “Aveiro-93”.
Foi autor de muitas outras obras públicas espalhadas pelo país, tais como: Monumento ao Bombeiro, em Albergaria; escultura em Braga, uma das esculturas nos jardins do Museu de Aveiro; Painel cerâmico da C. M. de Águeda; pintura de grandes dimensões para a Secretaria da Cultura do Funchal e monumento na Praça das Laranjeiras, em Amares.
Em 2002, Quintas exerce a função de cenógrafo da Companhia de Dança de Aveiro e de membro consultivo da Câmara Municipal. Actualmente, encontra-se representado em várias Colecções Particulares nacionais e estrangeiras, no Museu de Aveiro e Espólio da Cidade.
Bibliografia
C.M.A (1994). Monumento ao Marnoto e à Salineira. Boletim Municipal de Aveiro, n.º23/24. pp.62 – 63 [textos transcritos da brochura explicativa].
Marques, D.; Rocha, J. (1997). Breve caracterização da colecção de traje da Câmara Municipal de Aveiro. Boletim Municipal Cultura e Património, pp.45-50.
s.a. (1996). Quintas. [Brochura de divulgação do trabalho do autor].
Freguesia: Vera - Cruz
Rua/Lugar: Rotunda Rodoviária das Pirâmides, acesso ao IP5