
Esta sexta-feira, 19 de abril, o Teatro Aveirense recebe a peça "As Barcas" de João Garcia Miguel a partir de Gil Vicente.
Teatro | 100 Min. | M/16
Os textos e as ideias de Gil Vicente alimentam esta criação e são transformadas numa obra onde as palavras se inscrevem nos corpos.
Em busca de um corpo sensível, de um corpo perdido nos labirintos do tempo e dos sentidos, regresso ao tema das viagens em As Barcas, inspirado num conjunto de textos de Gil Vicente, figura marcante do teatro medieval português. Chamei para companheiros de viagem, parceiros criativos, que pelas suas características particulares, abraçam várias formas de expressão, capazes de manifestar uma heterogeneidade de sensibilidades, cada um possuidor de múltiplas visões, como se tivessem olhos na pele.
Abordamos os textos do dramaturgo português tomando-os como instrumentos ativos a exploração e recomposição técnica e poética. Queremos transformá-lo em movimento, traduzi-lo em performance, criando linguagens corpóreas paralelas. Buscamos no texto o corpo, o esqueleto, o músculo que nele existe. Buscamos a sensibilidade escondida por debaixo das palavras, enquanto alegoria do olhar sobre um mundo comum, a partir da perspetiva de uma morte simbólica, que funciona como um cais de partida para a vida.
O contexto desta obra é a impossibilidade de construção contemporânea de um mundo partilhado, seja em termos das realidades singulares, seja a partir de uma realidade portuguesa, ou mesmo europeia. A viagem parte desse território do impossível real onde os nomes das coisas existem rumando em busca de um território onde o sim - a palavra de Deus -, e o não - a palavra do Diabo -, se confundem num corpo que se destrói e constrói. Corpo que é caminho, cruzamento, nervo, suspensão, impermanência, impertinência.
Ficha artística / técnica:
Texto: Gil Vicente. Direção e dramaturgia | João Garcia Miguel. Atores | Felix Lozano | Sara Ribeiro | David Pereira Bastos | Costanza Givone. Música e Vídeo | Rui Gato. Figurinos | Steve Denton. Programação Interativa audiovisual | André Sier. Desenho de Luz e Direção Técnica | Luís Bombico. Direção de Produção | Filipa Hora. Apoio à Dramaturgia | Teresa Fradique. Apoio ao espaço cénico | Mantos. Fotografias | Jorge Reis. Assistência à Direção | João Samões. Produção Executiva | Claudia Figueiredo. Apoio Gráfico | Red Beard. Co-produção Guimarães Capital Europeia da Cultura 2012, Teatro Cine de Torres Vedras. A Cia JGM é uma estrutura financiada pela Presidência do Conselho de Ministros – Secretaria de Estado da Cultura - Direção- Geral das Artes.