
Aveiro recebe, dia 16 de maio um espetáculo único com 187 vozes que irão evocar os aveirenses mártires da liberdade. Com este Grande Concerto ao Vivo comemora-se o 187º aniversário da Revolução de 16 de maio de 1828, lembrando os aveirenses que sacrificaram a vida por Portugal e ficaram conhecidos como “Mártires da Liberdade”.
O concerto, com a participação da Orquestra das Beiras inserido nas Comemorações do Feriado Municipal decorre, no próximo dia 16 de maio, pelas 21h00, na escadaria e plataforma do Edifício Fernando Távora, como grande anfiteatro para o público, mas também na Zona Histórica da Cidade que envolve a Praça de Melo Freitas (local do monumento evocativo) e envolvente da Ponte de Praça e Rua de João Mendonça.
O concerto envolverá 187 vozes provenientes de vários coros locais que se associaram à iniciativa. Estarão presentes o Coro do Conservatório Calouste Gulbenkian, o Graduale – Música Sacra de Aveiro, o Coro Voz Nua, o Coral Polifónico, o Coro da Vera Cruz, o Coro de Santa Joana, o coro do DECA – Departamento de Comunicação e Arte, a Tuna Feminina, Tuna Universitária, o Coro de S. Pedro de Aradas e o Coro da Academia de Saberes.
A direção artística do Coro e da Orquestra Filarmonia das Beiras será do Maestro António Vassalo Lourenço.
CONCERTO DE HOMENAGEM AOS MÁRTIRES DA LIBERDADE*
Para concerto de homenagem aos Mártires da Liberdade, integrado na celebração dos 187 anos da revolução liberal de 1828, iniciada na cidade em Aveiro a 16 de Maio desse ano, a Orquestra Filarmonia das Beiras, em conjunto com um coro de quase 200 vozes composto por diversos grupos corais da cidade, irá interpretar em primeira audição absoluta o Hino aos Mártires da Liberdade, da autoria do compositor Luís Cardoso e especialmente escrito para a ocasião a partir de um texto de 1909.
Do programa consta também a execução da obra A-Ver-a-Ria, que resultou de uma encomenda da Câmara Municipal de Aveiro ao compositor Eurico Carrapatoso. Esta obra, estreada em 2006 e apresentada já em Aveiro noutras importantes celebrações, foi composta a partir de textos de Raúl Bandão, Mário de Sá-Carneiro, Almada Negreiros e Miguel Torga, todos dedicados à Ria e sua cidade.
O restante programa é complementado com obras de Elgar (Marcha Pompa e Circunstância n.º 1), Verdi (A Força do Destino) e Beethoven (Fidélio).
O concerto inicia-se com a abertura da ópera A Força do Destino, de Verdi, a que se seguirá a execução da ária da mesma ópera Pace, pace, mio Dio. Com estas obras pretende-se estabelecer o ambiente de dramatismo e fatalidade associado à revolta de 1828 que, apesar de ter resultado, em primeira instancia, na dramática morte dos seus autores, viria a iniciar o movimento que culminou, anos mais tarde, com a vitória dos movimentos liberais.
A única ópera de Beethoven, Fidélio, insere-se num estilo relacionado com o período pós revolução francesa que tantas alterações políticas provocou na Europa, e cuja temática está imbuída de um espírito revolucionário que também chegou a Portugal no início do Séc. XIX e que culminaria na guerra civil. A abertura Fidélio foi composta em 1814, poucos anos antes do evento que hoje celebramos.
Com a Marcha Pompa e Circunstância n.º 1 de Elgar, obra emblemática e sobejamente conhecida, pretende-se dar ao momento a pompa e solenidade devidas antes da execução das duas obras corais já atrás indicadas, A-Ver-a-Ria e o Hino aos Mártires da Liberdade, com o qual se finalizará o concerto e esta homenagem.
*pelo Maestro António Vassalo Lourenço